Concurso CAU IAB Brasília

Memorial

“O céu é o mar de Brasília”
Lucio Costa

“O Lago Paranoá é a moldura líquida da cidade”
Juscelino Kubitscheck

Herança, ruptura e continuidade brasileira

A constituição da nova sede do IAB/CAU é um evento singular. Oportunidade única de afirmarmos valores dos mais elevados das duas instituições.

O conjunto deverá transparecer estes valores e se posicionar naquilo que Lucio Costa chamou “não apenas como URBS, mas como CIVITAS” no concurso para o plano piloto.

Arquitetura que se esquiva a regionalismos, e se propõe unicamente brasileira. Propõe o resgate da herança, mas também afirma personalidade com certa ruptura (não por desacordo, mas por fenomenologia geracional) e sinteticamente uma continuidade.

Partido

O partido do projeto se baseou em 5 pontos fundamentais:

Implantação: Primeiramente o terreno longilíneo de 50x100m, ao nosso ver, sugere uma ocupação frontal e posterior, pois lateral sacrificaria qualquer possibilidade de praça e vista.

Vista: Manter a vista do Lago Paranoá. Para isso seria necessário elevar parcialmente o edifício ao menos 6m, pois assim o cenário se expandia ao horizonte.

“Casa brasileira”: Seguindo o raciocínio de Lucio Costa para “casa brasileira” ao discorrer o Parque Guinle: “...contíguos à varanda da frente, servindo... de hospedagem dos forasteiros que assim não participavam da intimidade da casa”, ao meio “sala da frente, de visitas” e ao fundo “sala de jantar e à varanda caseira, com escada de acesso ao quintal”. Num gradiente sutil do público ao privado de forma natural.

Flexibilidade, eficiência e sustentabilidade: O projeto busca ser característico e neutro, e flexibilidade é essencial para se adaptar frente ao futuro com novas demandas e urgências. Além disso, todos os materiais e instalações buscam de forma prática e direta resistir aos efeitos do tempo e minimizar o impacto de consumo energético e hídrico.

Brasil: Como elo de fechamento conceitual a proposta sugere que o desenho, a vegetação e todos os materiais sejam nacionais, refletindo os valores das instituições que abriga, na busca de um sentido próprio.

Implantação e programa

Dividimos o programa em 5 grandes blocos: corporativo, centro cultural/plenária, administrativo IAB/CAU, técnico CAU e garagens.

Estabelecemos relações para que o programa fluísse de forma natural, sem interrupções, além de flexibilidade e interação.

Neste sentido, de fronte à entrada ficaria o “corporativo” de fácil acesso e junto a loja do IAB.

Anexo, e com uma fachada sudoeste menos agressiva, ficaria o “centro cultural/plenária”, com significado cívico, que recuado recebe uma praça num nível rebaixado da soleira.

Esta praça está agregada e interage com o terceiro setor o “técnico do CAU”, como centro de documentação, serviços gerais etc.

Mais afastado do acesso e com vista para a praça e o lago, ficaria o “administrativo”.

Por fim, salientamos que a configuração do “centro cultural/plenária” possui uma função fundamental, pois no térreo inferior configura um auditório flexível (retrátil) onde a praça poderá avançar à área coberta. Além disso, serve em níveis superiores de elo entre o corporativo e administrativo, que podem usufruir de salas de reuniões, áreas de eventos entre outros.

Ficha Técnica

Projeto de Arquitetura: Albert Sugai | Arquitetura e Design

Arquiteto Responsável: Albert Sugai

Colaboradores: Thais Tamaru, Pietro de Meo e Camila Yoshida

Localização: Brasília - DF

Área: 8000,00m²

Ano: 2016

Consultoria Estrutural: Tales de Souza | Benedictis Engenharia

Consultoria Conforto Ambiental: Sofia Kubo | K2A

Perspectiva Eletrônicas: Pedro Vasconcelos | PVID